No Antigo Testamento, a Lei (os cinco primeiros
livros) e os Profetas (os dezessete últimos livros – Mat. 5:17; Luc. 24:27)
resumem as instruções de Deus sobre como viver em relação amorosa com Ele e com
outros. O resultado desses relacionamentos é descrito nos livros de história e
celebrado nos livros de poesia. Quando Jesus disse "Toda a lei e os
profetas", Ele indicou que o amor de Deus permeia o Antigo Testamento. Ao
entregar os Dez Mandamentos, Deus prometeu amar "até mil gerações daqueles
que me amam e guardam os meus mandamentos" (Êxo. 20:6). O salmista insere
repetidamente a frase: "A sua misericórdia (amor) dura para sempre"
(Sal. 136:1 ss.).
Outra frase que descreve a natureza amorosa de Deus,
como Ele se revelou a Moisés, é também repetida em todo o Antigo Testamento:
"Senhor Deus compassivo, clemente e longânimo, e grande em misericórdia e
fidelidade; que guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa a iniquidade,
a transgressão e o pecado" (Êxo. 34.6,7; veja também Núm. 14:18; Neem.
9:17; Sal. 86:15; 103:8, 145:8; Joel 2:13).
Como indica a experiência de Jonas, o amor de Deus não
fica limitado a Israel. Jonas confessou o interesse de Deus pela ímpia Nínive:
"Sabia que és Deus clemente, e misericordioso, tardio em irar-se e grande
em benignidade, e que te arrependes do mal" (Jonas 4:2). As boas-novas do
amor eterno de Deus permeiam o Antigo Testamento de Gênesis a Malaquias.
O amor de Deus se realiza no Novo Testamento, como
visto no centro da mensagem bíblica do amor, João 3:16: "Porque
Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo
o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna". João ampliou este
tema central na sua primeira epístola: "Nisto se manifestou o amar de Deus
em nós, em haver Deus enviado o seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos por
meio dele" (1 João 4:9). Jesus disse: "Ninguém tem maior amor do que
este: de dar alguém à própria vida em favor dos seus amigos" (João 15:13).
O apóstolo João reforçou o pensamento, acrescentando a importância do exemplo
de Cristo para nós: "Nisto conhecemos o amor, em que Cristo deu a sua vida
por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos" (1 João 3:16).
Paulo se maravilhou por Deus ter agido em amor muito
antes que soubéssemos da nossa necessidade do Seu amor: "Mas Deus prova o
seu próprio amor para conosco, pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo
nós ainda pecadores" (Rom. 5:8). O sacrifício do santo Filho de Deus para
remir a raça humana pecaminosa é a quintessência do amor. Não admira que João
exulte: "Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos
chamados filhos de Deus; e, de fato, somos filhos de Deus" (1 João 3:1).
As Escrituras nos asseguram também que Deus é tenaz, e
não tênue, em Seu amor por nós. Romanos 8:35, 38, 39 nos dá uma visão
estimulante e encorajadora do compromisso de amor de Deus conosco: "Quem
nos separará do amor de cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição,
ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? [...] Porque eu estou bem certo de que
nem morte, nem vida, nem anjos, nem principados, nem coisas do presente, nem do
porvir, nem poderes, nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra criatura
poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor".
O amor de Deus ecoa por todo o Novo Testamento. Vemos
o amor de Deus Pai por Seu Filho (Mat. 3:17; Mar. 9:7) e o amor do Filho pelo
Pai (João 14:31). Jesus declara que Seu amor por nós tem como modelo o amor do
Pai por Ele (João 15:9). Recebemos ordem para corresponder ao amor do Pai por
nós, amando a Deus (Mat. 22:37) e amando aos outros (João 13:34,35; Rom. 13:8;
1 Ped. 1:22; 1 João 4:7), inclusive os nossos inimigos (Mat. 5:44). Mas, mesmo
quando amamos, nossa capacidade para isso tem origem em Deus e na Sua natureza
amorosa: "Nisto consiste o amor, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas
em que ele nos amou, e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos
pecados" (1 João 4:10).
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